Campanha Sou Mestre / Depoimento UEL
Ellen Alves conclui o curso com o trabalho Saberes da Sociologia e das Artes Visuais: Conexões Dialógicas numa Intervenção Pedagógica
O que motiva os licenciados a ingressar na Rede ProfSocio? A mestre Ellen Alves, egressa da Universidade Estadual de Londrina, nos contou sobre os desafios do exercício da docência no dia a dia da sala de aula. “O desejo que as aulas ministradas e os conteúdos abordados façam sentido para os estudantes se tornou um impulso à minha continuidade nos estudos”, comenta a egressa.
Pensando em unir arte e educação em seu projeto de conclusão de curso, ela optou em fazer uma intervenção pedagógica no Colégio Estadual da cidade de Arapongas, Paraná. “É possível organizar conexões dialógicas entre Artes Visuais e Sociologia em um projeto interdisciplinar, tornando mais criativo os processos de estranhamento e desnaturalização das realidades dos estudantes”, enfatiza.
Nessa jornada de constante aprendizagem, ela recebeu apoio e orientação da Profª Drª ngela Maria de Sousa Lima, que desde 2009 pesquisa sobre desigualdades, cidadania e cultura. Para Ellen, a Rede proporcionou um melhor entendimento sobre sua atividade profissional. “Enquanto docente de Sociologia na escola pública passei a refletir cientificamente minha própria prática docente, permitindo-me, inclusive, auto avaliá-la no contexto da instituição como campo coletivo de produção e reelaboração de conhecimentos”, analisa.
Seu colega de curso e também egresso do Profsocio, César Luchiari Baraldi Júnior, também reforça a importância do Profsocio na sua vivência enquanto professor de sociologia. “Muito legal aprender a olhar para a sala de aula não apenas como um laboratório para o ensino de sociologia, como eu fazia antes, mas perceber a sala de aula também como um espaço para pesquisas sociais”, admite César, que não mais se sente apenas professor de Sociologia, mas professor pesquisador da área.
Orientado pela profª. Maria José de Rezende, César fez seu mestrado com o tema “Experiências de ensino voltados para o aprendizado de conteúdos de Sociologia brasileira”, no qual pôde desenvolver atividades sociodramáticas como forma de promover o autoconhecimento social entre seus alunos. “Por meio de leituras e debates sobre algumas ideias de Oliveira Vianna, encaminhei o tema geral do autoritarismo na sociedade brasileira e propus que os\as estudantes criassem pequenas cenas dramáticas de suas vidas”.
Por meio das experiências sociodramáticas, ele entendeu melhor o que os\as alunos\as podem fazer com os saberes sociológicos que aprendem na escola. “Eu ensinava as ideias autoritárias no Brasil, eles\as me mostravam como seus patrões lhe tratavam no trabalho. Eu falava do desprezo em relação à maioria do povo brasileiro, eles\as encenavam o racismo que sentem na pele diariamente. Eu mostrava a ideia de um Estado forte, elas traziam o machismo presente em suas vidas. Parafraseando Paulo Freire, “quanto mais eu ensinava, mais eu aprendia”, conclui em seu depoimento.
